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Metaverso: uma mudança maior que a Internet?


“A próxima plataforma será ainda mais imersiva, uma internet incorporada em que tu és a experiência, não olhando apenas para ela, e chamámos a isso metaverso. Irás conseguir fazer quase tudo o que puderes imaginar, estar com amigos e família, trabalhar, aprender, jogar, comprar e criar”. Estas palavras pertencem a Mark Zuckerberg, e pretendem demonstrar a importância que o metaverso assumirá para a sua empresa – que, de resto, mudou de nome de Facebook para... Meta - e porque não, para o mundo.


A palavra “imersão” é, aqui, chave. Com o desenvolvimento de tecnologias como a realidade aumentada e a realidade virtual, a imersão neste universo digital é mais efetiva. Faltam ainda os outros sentidos, como o paladar, o olfato, ou em particular, o tato, o sentir de objetos, pessoas, mas a tecnologia promete essa evolução em breve.


Na próxima década, o fundador do Facebook / Meta pretende que mil milhões de pessoas habitem o “seu” metaverso, sendo que a sua visão para este espaço inclui uma economia digital suportada por criptomoedas e por NFT’s (tokens não fungíveis) para comprovar a originalidade e a propriedade de bens. Roupas, veículos, imobiliário... tudo digital, tudo adquirível no metaverso pelo nosso avatar.


Certo é que todos os gigantes tecnológicos estão empenhados na construção e desenvolvimento desta ideia de metaverso, já que falamos, aqui, de algo tão relevante quanto a transição para a WEB 3.0, ou seja, uma “nova versão” da internet, construída sobre os conceitos de descentralização (a tecnologia blockchain poderá aqui assumir um papel fundamental), abertura e maior intervenção do utilizador.


Na teoria, o metaverso poderá permitir, de acordo com o Professor do IST Arlindo Oliveira, “mudar profundamente a sociedade, tanto ou mais do que a Internet [...] A possibilidade de uma fração significativa da população poder ter acesso fácil ao metaverso, permitindo viagens virtuais a locais distantes, incluindo outros planetas, assistir a concertos e espetáculos de forma mais acessível, encontrar-se virtual e realisticamente com parentes e amigos distantes e beneficiar de tantas outras possibilidades é, seguramente, excitante.”


Depois, claro, o professor foca-se no outro lado da equação: “Mas o metaverso cria também a possibilidade de uma alienação da realidade que é difícil de aceitar para a nossa mentalidade [...] que diremos quando eles [os jovens] e nós passarmos os dias com óculos de realidade virtual, completamente embrenhados em novos ambientes e em novas aplicações que ainda não existem nem conseguimos imaginar?”.

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